Especialista defende dispositivos para fumar como redução de danos

Olá Jornal
junho04/ 2022

Em debate na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) têm sido alvo de um verdadeiro Grenal, ou Flaflu dependendo de onde você estiver lendo esta matéria, por parte da opinião pública. De um lado os que são radicalmente contra e de outro os que são a favor. Os motivos são os mais diversos, mas um deles se destaca para a especialista Sílvia Cazenave e deve estar no centro do debate: a redução de danos.

Ex-superintendente de toxicologia da Anvisa, a doutora em toxicologia e especialista em drogas de abuso pela Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que essa nova geração de produtos pode contribuir para diminuir os efeitos aos fumantes. “Eu acredito sim que os dispositivos de uma forma geral, vapes, cigarro aquecido possam ser utilizados por pessoas adultas que são usuários de tabaco e que querem cessar o uso ou querem substituir esse uso, então eu acredito que eles possam sim servir como redução de danos. Que tipo de dano? Nós estamos falando aqui do dano câncer. Nós não estamos falando do dano dependência, a dependência ela vai continuar”, esclarece.

Perita criminal toxicologista do Instituto de Criminalística de Campinas há 31 anos, é uma das pioneiras no tema ainda pouco abordado no Brasil. Devido a falta de informação, ainda há confusão quando se fala em redução de danos. “Reduzir é a probabilidade ou o risco da pessoa desenvolver câncer a partir do seu consumo de tabaco. A gente tem uma gama de substâncias grande que podem induzir a formação de um câncer, porque essas substâncias são carcinogênicas. Diminuindo a presença dessas substâncias ou diminuindo a quantidade de substâncias, o tipo de substâncias presentes, a gente vai diminuir a probabilidade dessa pessoa ter ou desenvolver a carcinogênese, então nesse sentido que eu entendo que é redução de danos sim”.

JOVENS
Sílvia ressalta que esse tipo de produtos deve ser destinado para pessoas adultas que já fumam e que estão buscando uma alternativa porque não conseguem parar de fumar. “Agora isso não pode ser apresentado dessa forma para adolescentes, por exemplo, me preocupa muito a questão dos aromatizantes porque eles realmente são muito atrativos então eu acho que essa é uma preocupação real que a gente deve ter e por isso eu insisto ainda que uma regulamentação vai fazer com que a gente possa controlar a exposição dos adolescentes, dos jovens para esses produtos”, conclui.

FOTO: Divulgação/AI PMI

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