Depois do tabaco, agora é a vez dos grãos cultivados na região ganharem o mundo. Por meio do investimento da unidade de recebimento da Afubra, o espaço global está aberto a produção local que já ganhou continentes.
Do total de 616 mil sacas de soja recebidas até agora, foram expedidas 270 mil via porto de Rio Grande tendo como principal destino a China. Líder no consumo, o mercado chinês compra a maior parte do que é fornecido pelos campeões em produção Brasil, EUA e Argentina. E agora, o mercado brasileiro conta com as lavouras daqui.
A adesão imediata dos produtores fez a capacidade estática de 502 mil sacas (em torno de 30 mil toneladas) esgotar em apenas 34 dias e leva a Afubra a trabalhar na antecipação da ampliação da unidade. A obra iniciou nesta segunda-feira, 02, com previsão de término em janeiro, elevando a capacidade para 830 mil sacas.
Serão mais um silo de 90 pés, totalizando três; mais dois de 60, contabilizando quatro; e mais dois pulmões totalizando quatro, que são silos de espera onde a produção é armazenada antes de ir para o silo armazenador, facilitando o fluxo diário.
De acordo com o gerente da unidade, Elias Birnfeld, este planejamento é suficiente para atender os mesmos municípios, com capacidade de giro de até 1,5 milhão de sacas, colocando a Afubra no caminho de posicionar-se entre as unidades da região. “Tem importância em números globais de oleoginosas regionalmente. A estrutura tem relevância com relação ao mercado como um todo pegando também milho e trigo como rotação de culturas e ganha um ciclo importante, tanto empresa como produtor”.
IMPACTO
No total, já foram 425 mil sacas comercializadas com os produtores. O valor a ser movimentado na economia local, com o total de 616 mil sacas, é em torno de R$ 100 milhões. Os números mostram que a decisão de investimento veio no momento certo. “Estamos no momento em que a agricultura passou a ser produto para geração de riqueza alimentando milhões de pessoas mundo afora e com perspectiva de crescimento cada vez maior onde o Brasil é o principal país com capacidade de expansão”, avalia o gerente da unidade.
A estrutura localizada ao lado do parque da Expoagro Afubra, na localidade de Rincão del Rey, município de Rio Pardo, recebeu produção vinda de 24 municípios da região de 437 clientes sendo 93 associados (21,28%). Sua cobertura é de associados e clientes das regiões da Matriz (Santa Cruz do Sul) e das filiais de Venâncio Aires, Candelária e Cachoeira do Sul.
DIVERSIFICAÇÃO
O diretor-presidente da Agro Comercial Afubra, Romeu Schneider, ressalta que a expansão do mercado de grãos se apresenta como uma boa alternativa de diversificação das propriedades rurais, uma vez que tem mercado garantido devido a necessidade global de alimentos. “Sabemos que produzir não é problema para produtor, tanto tabaco como outras culturas. A dificuldade é mercado, por isso um dos objetivos foi proporcionar aos associados e clientes uma possibilidade de vender o que eles tiverem disponível, além do tabaco. Outra questão em mente é a sustentabilidade da instituição, sabemos que o tabaco está reduzindo e a Afubra precisa estar preocupada para enfrentar um mercado diferente em boa parte estamos preparados e temos estrutura atender isso”, conclui.
FUTURO
Os próximos passos incluem a ampliação de serviços ultrapassando a função de comercialização de grãos. Birnfeld explica que a ideia é que o produtor possa contar com a estrutura desde a secagem até o armazenamento. “Pretendemos prestar o serviço de maneira geral, onde o produtor poderá trazer sua produção de milho e nós secamos e armazenamos, ficando à disposição para ser retirado a qualquer tempo. Devido a dificuldades na propriedade existe segurança de deixar em local propício”.
A unidade passará a receber também milho e trigo. A Afubra ainda planeja para o futuro uma nova unidade em Arroio do Tigre ou Camaquã.
FOTO: Divulgação/AI Afubra
