COP7 classifica consumo de cigarros como epidemia mundial

Guilherme Siebeneichler
novembro01/ 2016

Faltando seis dias para o inicio da 7ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro do para o Controle do Tabaco, na Índia, os representantes do governo brasileiro e da cadeia produtiva do tabaco iniciam a viagem de 24 horas. Em Nova Delhi se reunirão delegados brasileiros, representando ministérios do governo federal, com participação garantida, ONGs anti-tabagistas e defensores da cadeia produtiva do tabaco. O Olá Jornal segue rumo ao evento nesta quinta-feira, 3 e permanece acompanhando todos os detalhes até do dia 12 de novembro.

Números
Na última sexta-feira, 28, o secretariado da COP7 divulgou números de consumo de cigarros no planeta. Os dados, tradicionalmente, são apresentados dias antes das Conferências globais para o Controle do Tabaco. Segundo o relatório, no mundo, um em cada cinco adultos fumam. Entre os adolescentes do sexo masculino, a taxa é de um em cada dez. De acordo com o documento, em 2014 eram 20,5% dos adultos que fumavam no mundo, 34,6% dos homens e 6,2% das mulheres, uma diminuição percentual em comparação com 21,1% dois anos antes. A direção da convenção trata o tema como epidemia e incluiu entre as medidas de discussão neste ano o artigo 19, do tratado mundial que lista ações de combate ao consumo. Este ponto sugere a responsabilização da indústria tabacaleira pelos malefícios causados pelo cigarro.

Moeda de força política
Assim como ocorre em outros tratados internacionais, em que países buscam garantir destaque para ter voz em órgãos de representação regional ou mundial, a COP7 também promete este tipo de relação diplomática. O próprio Brasil utilizou o evento global de controle do tabaco para ter maior representatividade dentro da ONU. Agora, nações européias se utilizam da estratégia para ganhar força na Europa. O governo da Eslováquia, preside a posição da União Européia durante a conferência. A proposta do país é de aprovar medidas mais rígidas contra o consumo de cigarros e fomentar uma posição comum entre países do continente. A Europa tem papel de destaque no mercado global de tabaco, 43% da produção brasileira passa pela Bélgica, por conta do porto de Antuérpia que é a porta de entrada para o mercado na zona do euro.

Cigarros eletrônicos
Ainda proibido em grande parte dos países, o comércio de cigarros eletrônicos é uma realidade. O tema promete mobilizar os mais diversos setores para que a COP7 inclua este assunto na pauta de debates da conferência bienal. Entidades européias e representantes da indústria do tabaco, incluem o e-cigar como alternativa aos produtos de nicotina e ponto de partida para barrar o vício. Entretanto, ainda em 2014, na COP6 em Moscou, o assunto não teve o peso que merecia, e ficou pautado para a próxima edição. A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera resultados de pesquisas cientificas que analisaram o grau de prejuízos a saúde do usuário, bem como, a veracidade de diminuição do vício.

Guilherme Siebeneichler