Com déficit de R$ 1,6 mi hospital São Sebastião Mártir participa de mobilização

Guilherme Siebeneichler
agosto01/ 2016

Para marcar o Mês das Misericórdias – período em que as instituições filantrópicas de saúde querem mostrar à população as dívidas acumuladas por falta de repasses governamentais – a direção do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) divulga dados sobre a situação financeira. Com déficit de R$ 1,6 milhão, o governo estadual não dá sinais de quando irá quitar os débitos. Para as entidades, a situação gera preocupação e pode afetar atendimento no médio prazo.

Atualmente o valor não repassado à casa de saúde local se refere aos meses de fevereiro, março, abril e maio. Após sinalizar o pagamento, o governo gaúcho não confirmou os pagamentos e as instituições seguem no aguardo. Conforme o administrador do HSSM, Jonas Kunrath, o valor do débito se refere aos incentivos para a complementação de diárias da UTI, urgência e emergência, além de especialidades médicas. “São R$ 400 mil mensais que o governo deixou de repassar, para isso montamos uma força-tarefa para evitar o corte de serviços, priorizando os atendimentos.”

Se no governo a palavra de ordem é econômico, no hospital ela faz parte do dia a dia. A redução de custos internos, com diminuição de horas extras, energia e renegociação de contratos com fornecedores, são algumas das medidas adotadas pela direção para garantir a prestação de serviços. A expectativa é de que o governo estadual efetue os repasses ainda neste mês, e de forma parcelada.

MOVIMENTO

No Rio Grande do Sul as Santas Casas de Misericórdia já acumulam dívidas que alcançam R$ 1,4 bilhão. Nesta segunda-feira, 1º, os funcionários das instituições de saúde utilizaram uma faixa preta no braço, como forma de luto pela situação financeira dos hospitais. Além disso, ao longo de mês de agosto, ações irão buscar apoio para o sistema público de saúde. Nos dias 8 e 9 será realizada audiência com integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil. No dia 15, sete hospitais do estado ingressarão na Justiça contra a União, pedindo revisão dos valores da Tabela SUS. E no dia 31 ocorre em Brasília Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.

Guilherme Siebeneichler