Cinco fumageiras garantem a geração de empregos no Rio Grande do Sul

Guilherme Siebeneichler
agosto19/ 2017

O saldo positivo de empregos no Rio Grande do Sul até o momento está concentrado nas mãos de cinco empresas do setor de tabaco. Destas, duas estão localizadas em Venâncio Aires e três em Santa Cruz do Sul. Embora muitas sejam as indústrias do setor que contribuam para este número de forma geral, o maior volume de contratações nos sete primeiros meses do ano esteve nas empresas Alliance One e CTA Continental Tobaccos Alliance, em Venâncio, e Souza Cruz, Univeral Leaf e JTI, em Santa Cruz.

As fumageiras integram o chamado setor Indústria da Transformação, que possui 12 subsetores entre eles indústrias metalúrgica, mecânica, de produtos alimentícios e têxtil, por exemplo. No entanto, nenhum deles foi tão decisivo para garantir o saldo positivo de empregos no período como o subsetor indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares e diversos, onde o tabaco foi o protagonista.

Este subsetor foi o que mais gerou empregos no Estado com 8.882 vagas e, da mesma forma, em Venâncio Aires, com 4.283 postos de trabalho, e Santa Cruz com 4.367. Assim, do total de empregos gerados no Estado neste subsetor, os dois municípios correspondem a 8.650 deles, ou seja, apenas 232 vagas não foram geradas no tabaco.

ALÍVIO PARA O ESTADO
O segundo setor que mais gerou vagas no Estado foi o de calçados, com 2.700 postos, o que ainda é uma grande diferença para o primeiro colocado, o tabaco. Nos sete primeiros meses do ano, o saldo no RS foi de apenas 262 empregos.

O administrador do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins, Ricardo Sehn, explica que a grande influência positiva do ramo fumageiro no Estado deve-se aos contratos da safra que está mais longa. “Isso é muito importante, é poder de compra na mão do consumidor que pode comprar no comércio”.

No entanto, Sehn alerta para possíveis índices negativos no RS já para o próximo mês com o fim dos contratos de trabalho nas indústrias de tabaco, caso outros setores não se recuperem. “Percebemos que a medida que as fumageiras vão encerrando os contratos o número geral do Estado também reduz, porque os outros setores não dão conta de compensar”, avalia.

RELEVÂNCIA
A Alliance One afirma que com a concentração das operações, administrativa e parque logístico, em Venâncio, ampliou a sua participação na economia do município, seja na geração de empregos, no retorno em impostos ou ainda no movimento gerado junto ao comércio, restaurantes, rede hoteleira, entre outros. “Busca desenvolver suas atividades proporcionando melhoria nas condições socioeconômicas para milhares de produtores integrados contratados e comunidades envolvidas na atividade”, destaca.

A Souza Cruz considera motivo de orgulho ser uma das principais geradoras de empregos. “Há 114 anos escolhemos o RS para crescer e nos desenvolver e temos consciência do compromisso e participação no reconhecimento do município como referência mundial em processamento de tabaco.” A fumageira ressalta ainda que gerou 12% a mais de empregos temporários contribuindo decisivamente para este destaque nacional.

A JTI afirma que está ciente da importância do setor e da empresa para a região, cuja “relevância é fortemente considerada já que nosso impacto se relaciona à nossa responsabilidade”. Recentemente a empresa decidiu investir 80 milhões de reais para a construção de uma fábrica de cigarros. “Só demos estes passos porque confiamos no potencial da região e do setor”, afirma.

As empresas CTA e Universal Leaf não haviam respondido à reportagem até o fechamento desta edição.

Guilherme Siebeneichler