Casos de gravidez na adolescência aumentam em Venâncio neste ano

Guilherme Siebeneichler
setembro23/ 2017

O Brasil tem conseguido reduzir o número de grávidas com menos de 17 anos. Em Venâncio Aires, o número de gestantes nesta faixa etária teve crescimento. Isso comparando os três últimos anos. Até o fim da primeira quinzena de setembro deste ano foram registradas seis gestações em mulheres na faixa etária entre 10 e 14 anos. A gravidez de jovens entre 15 e 19 anos teve crescimento também. Só em 2017 foram 99 cadastros do tipo.

As informações são registradas no Sistema de Acompanhamento da Gestante (SisPreNatal) do Ministério da Saúde e levam em consideração os três últimos anos. Em média, são registradas 50 gestações por ano em adolescentes e jovens, na Capital do Chimarrão. Entretanto, neste ano, a média já dobrou.

O Governo Federal tem divulgado queda nos números de gestações precoces. Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que o Brasil neste ano terá crescimento nos índices, com aumento da pobreza e da evasão escolar. Além disso, o aumento também será registrado por conta dos dados levarem em consideração apenas os três últimos anos, quando passou a ser obrigatório o registro das gestações, por parte dos municípios.

O controle e encaminhamento é feito pelo Centro Materno-Infantil no posto Central de Venâncio Aires.  Conforme a enfermeira responsável pelo cadastramento, Daiana Toillier Ruaro, apesar do crescimento, há casos de jovens que projetaram as gestações. “Há jovens que estão na adolescência que queriam a gravidez. Isso tem aumentado os números do município no registro do governo,” destaca.

EDUCAÇÃO
Para o secretário municipal da Saúde, Ramon Schwngber, a rede básica de saúde conta com serviços para o suporte dos jovens. Os postos ofertam métodos de proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e contraceptivos. “Há uma rede completa, em especial nas Estratégias de Saúde da Família. Esse aumento também é reflexo da necessidade de parceria com a rede escolar. Envolve a educação e conscientização.”

E é exatamente isso que a OMS recomenda aos países. Que o assunto da gravidez precoce envolva não só os setores da saúde pública, mas também a educação. Só o Brasil tem 21 mil jovens com menos de 15 anos grávidas.

RISCOS
A gravidez precoce multiplica o risco de doenças e de mortalidade, tanto da mãe como do bebê, e tem impactos negativos na sequência das adolescentes na escola, que podem levá-las ao mercado de trabalho e a uma situação de pobreza. Além disso, essa situação está ligada a fatores sociais e econômicos que evidenciam desigualdades no acesso a serviços, de condições de vida, destaca a OMS.

GRÁVIDAS
Atualmente este ano o Centro Materno-Infantil de Venâncio Aires acompanha no total 662 gestantes. Além das consultas do pré-natal, a rede básica de saúde garante o suporte de atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), até o parto realizado no Hospital São Sebastião Mártir.
Nos últimos três anos, passaram pela rede venâncio-airense 1.796 grávidas.

Guilherme Siebeneichler