Brasil vai defender na COP7 aspectos econômicos e sociais que envolvem a produção de tabaco

Guilherme Siebeneichler
novembro07/ 2016

Após o primeiro dia de debates na 7ª Conferência das Partes (COP7) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), a participação da comitiva que defende a cadeia produtiva do tabaco garantiu reunião com a delegação brasileira que discute o tratado global para a redução do tabagismo.

O encontro presidido pelo embaixador do Brasil na Índia, Tovar da Silva Nunes, reuniu os representantes oficiais do governo, composto por 15 membros e os representantes do Sindicato Interestadual das Indústrias do Tabaco (Sinditabco), Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Câmara Setorial da Cadeia Produtiva, deputados e representantes da indústria. Do encontro o grupo ouviu que o governo brasileira tem preocupação com os produtores de tabaco e não irá implantar medidas da convenção que possam prejudicar a produção atual.

O chefe da delegação destacou a importância do diálogo com todas as partes envolvidas. “Entendemos a importância dessa cultura para o Brasil, assim como sabemos da necessidade de cuidados com a saúde pública,” afirma Nunes.

Membros de instituições e ministérios também defenderam posicionamentos na reunião. Paula Johns, diretora executiva da Aliança de Controle do Tabagismo (ACTBr) argumentou que a convenção-quadro debate ações de saúde. “Não podemos abrir mão de avançar nas políticas públicas de saúde por conta dos interesses da produção de tabaco.”

O presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, argumentou apontando a força do setor para a geração de emprego e renda. “O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco, isso precisa ser levado em consideração, são empregos e renda que estão em jogo.”

Já o presidente da Câmara Setorial e prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus, apresentou aos delegados a situação dos municípios produtores que também serão prejudicados. “Com a crise financeira atual e possíveis medidas restritivas a produção, além do produtor e do setor, afetará os municípios.”

Os pontos de destaque das discussões deste ano da conferência também foram debatidos. Entre eles a proibição de aditivos, que segundo a Anvisa não há uma definição, os acordos comerciais internacionais envolvendo o tabaco também serão melhor debatidos para ter a posição brasileira, além dos cigarros eletrônicos.

A reunião garantirá maior contato entre os delegados brasileiros que participam dos debates da COP7, com os representantes de entidades ligadas a cadeia produtiva do tabaco. Serão três encontro, o segundo agendado para esta quarta-feira, 9 e o último será na sexta-feira, 11, quando  os principais pontos do tratado mundial estarão analisados e incluídos no documento.

Guilherme Siebeneichler