Brasil bate Itália e entra para o seleto grupo de tricampeões Olímpicos no vôlei

Janine Niedermeyer
agosto21/ 2016

Uma campanha de recuperação para uma final impecável em quadra – com direito a Maracanãzinho em transe, muita festa e presenças ilustres. O Brasil conquistou neste domingo (21) o tricampeonato Olímpico no voleibol masculino, ao bater a Itália por 3 sets a 0 (25/22, 28/26 e 26/24) e entrou para o seleto hall de equipes com três medalhas de ouro, igualando os feitos de Estados Unidos e da extinta União Soviética.

A Federação da Rússia tem um título. De quebra, a equipe do técnico Bernardinho ajudou o Brasil a ter o seu melhor desempenho Olímpico da história, com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze, ocupando a inédita 13ª posição no quadro geral de medalhas da Rio 2016.

Na reedição da final dos Jogos de Atenas 2004, Brasil e Itália entraram em quadra desconcentrados. Nos dez primeiros pontos disputados, dois erros de saque brasileiro, e um italiano. Falhas na recepção, com Lipe e Serginho, fizeram com que a Azzurra do voleibol escapasse à frente no placar num primeiro momento (10/7).

Um verdadeiro rali finalizado por Lucarelli, no entanto, deu o banho de água fria nas pretensões italianas e o Brasil começou sua reação. O time de Bernardinho se encaixou em quadra, marcando o grandalhão Zaytsev e variando as bolas com Wallace, sempre ele. O serviço, enfim, entrou – dois aces, um com Lipe e outro com Lucarelli – e devolveu a segurança ao Brasil, que conseguiu fechar o primeiro set com razoável segurança no marcador: 25/22.

Faltavam mais dois sets rumo ao tricampeonato Olímpico. A tática de forçar o saque, importante no desenvolvimento do Brasil rumo à final, voltou a falhar no início do segundo set. Tanto que o placar em 9 a 7 à favor dos italianos teve simplesmente quatro pontos por erros seguidos de saque da seleção brasileira.

Juantorena explorava bem as bolas de ponta para os italianos e a partida ficou parelha, disputada ponto a ponto. Lipe era o destaque nas bolas de segurança, enquanto Zaytsev era o grande destaque italiano e referência do time. Quando o equilíbrio rege os padrões do jogo, a velha máxima é a de que detalhes resolverão para um lado ou para o outro. Foi para o nosso: Wallace, primeiro, montou uma parede diante de Zaytsev.

Na sequência, Maurício sacou para o erro de Buti, e o Brasil fechou o disputado set em 28/26. Faltava um último passo para a volta ao lugar mais alto do pódio. E a história seguiu o mesmo roteiro, com muito equilíbrio sem ninguém escapar no placar.

Quando a Itália tentou escapar, Juantorena tocou na rede num ataque de Wallace. Bernardinho desafiou e as câmeras mostraram o óbvio e a arbitragem reverteu o ponto. O público vaiou os italianos e o time se desconcentrou, com dois erros de recepção seguidos. Era o momento que o Brasil precisava para conseguir a vantagem e não desperdiçar: Wallace sacou na bola de segurança, e Lucão fez o ponto de ouro. Mais do que merecido. “É campeão” foi o grito geral.

Foto – CBV/ Divulgação

Janine Niedermeyer