Aumento de casos de sífilis preocupa saúde municipal

Guilherme Siebeneichler
junho08/ 2016

Uma epidemia silenciosa de sífilis avança no Brasil, e o mais preocupante é que grande parte dos infectados não sabe que está transmitindo a doença para outras pessoas. Em Venâncio Aires a situação já preocupa órgão de saúde pública. No Centro de Atendimento de Doenças Infecto-contagiosas (Cadi), são registrados em média 10 novos casos da doença por mês.

O crescimento no número de casos é atribuído pela coordenadora do Cadi Venâncio Aires, enfermeira Solange Sehn, aos testes rápidos de DST/Aids, que garantem o resultado do exame em 30 minutos e são incluídos nas estatísticas nacionais. Entretanto, alerta que podem haver mais pessoas diagnosticadas que acabam efetuando os testes em laboratórios da rede privada e não são incluídos nos sistemas federais de controle.

Solange saliente que a falta de proteção durante as relações sexuais tem gerado riscos e exige conscientização da população. “Estamos realizando mais testes durante campanhas e em visitadas a empresas. É necessário que a população compreenda os riscos das doenças, especialmente a sífilis que age de forma silenciosa.”

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível que, se não tratada, pode comprometer o sistema nervoso central, o sistema cardiovascular, além de órgãos como olhos, pele e ossos.

O tratamento, simples e eficaz, consiste em injeções de penicilina benzatina, medicamento conhecido pelo nome comercial de Benzetacil. “Pelo tratamento a doença ser simples, muitas pessoas as vezes nem sabem que estão contaminadas e acabam tomando doses do medicamento por conta de outras doenças e curam a Sífilis. Mas é preciso mais atenção e buscar atendimento médico,” argumenta Solange.

GRAVIDEZ

O governo federal estima que neste ano as notificações de sífilis em gestantes cheguem a quase 42 mil casos no país, enquanto as infecções por sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê) devem superar 22 mil casos entre menores de um ano. O cálculo foi feito com base no aumento percentual registrado entre 2012 e 2013, de 25% e 18%, respectivamente.

No Rio Grande do Sul, dos bebês contaminados por HIV quase 1/3 tinham sífilis associada também. Isso se deve porque a sífilis aumenta o risco da transmissão do HIV para o bebê.

PREVENÇÃO

Diferente do HIV que não tem cura, a sífilis é facilmente tratada só que precisa de assistência para o tratamento se completar. São três injeções e o companheiro tem que tomar o medicamento também. Quando é feito de forma adequada tem cura em 100% dos casos.

Em Venâncio, a Secretaria Municipal da Saúde informa que distribui cartilhas relacionadas ao tema e disponibiliza os insumos (preservativos masculino, feminino e gel lubrificante) a todas as unidades de saúde sem limitação de quantitativos por pessoa. Essa distribuição é realizada durante todo o ano.

Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

Guilherme Siebeneichler